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Foto do escritorMariana Santiago

YAYOI KUSAMA

Atualizado: 18 de set. de 2020



Yayoi Kusama é uma das mais importantes artistas da atualidade. Nascida no Japão, em Matsumoto, no ano de 1929, foi criada em uma família bastante repressora, sua mãe chegava a destruir seus desenhos, conta a artista, embora em algum momento tenha reconhecido que os mesmos a salvaram do suicídio. A artista sofre desde a infância de transtorno obsessivo compulsivo e alucinações. Seu trabalho é baseado em arte conceitual que permeia entre os campos da performance, cinema, instalações, telas, pintura, moda, poesia, ficção e outras tantas artes, e mostra alguns atributos do feminismo, minimalismo, surrealismo, Art Brut, Pop Art e expressionismo abstrato, e é infundido com conteúdo autobiográfico, psicológico e sexual. Kusama estudou na Escola de Artes e Ofícios de Kyoto em um estilo tradicional de pintura japonesa chamado Nihonga.

Quando tinha 13 anos, ela foi enviada para trabalhar em uma fábrica militar onde foi encarregada de costurar e fabricar pára-quedas para o exército japonês. Ao expor sobre o tempo em que trabalhou na fábrica, ela diz que passou sua adolescência “na escuridão fechada”, embora pudesse sempre ouvir os alertas do ataque aéreo explodindo e ver os americanos B-29 sobrevoando a cabeça em plena luz do dia. Sua infância foi muito influenciada pelos eventos da guerra, e ela afirma que foi durante esse período que ela começou a valorizar as noções de liberdade pessoal e criativa.

Ela se mudou para Nova York em 1958, foi inspirada pelo American Abstract Impressionism e fez parte da cena de vanguarda de Nova York ao longo dos anos 1960, especialmente no movimento Pop. Abraçando a ascensão da contracultura hippie do final dos anos 1960, ela chamou a atenção do público quando organizou uma série de acontecimentos em que participantes nus foram pintados com bolinhas coloridas.

Conta a artista: “Vivendo em um país em estado de guerra, passei a minha juventude na escuridão de um Japão militar. Sentindo-me limitada, fui a busca de um lugar mais amplo, um mundo em que pudesse me expressar , me sentir liberta. Então, fui para os Estados Unidos.” 


Os vastos campos de bolinhas, ou “redes de infinito”, como ela mesma os chamava, eram tirados diretamente de suas alucinações. O trabalho mais antigo gravado em que ela incorporou estes pontos foi um desenho em 1939, aos 10 anos, em que a imagem de uma mulher japonesa em um quimono, presume-se ser mãe da artista, é coberta por manchas. Sua primeira série de telas em larga escala, às vezes com mais de 30 pés de comprimento, "Infinity Nets", foram inteiramente cobertas por uma sequência de redes e pontos que faziam alusão às suas visões alucinatórias.

Em todo seu trabalho, que possui um quê de surrealismo, modernismo e minimalismo, é nítido o padrão de repetição e acumulação. Além disso, Kusama também se aventurou na arte da literatura, com romances e poesias, escritas em 13 livros. Alguns dos seus romances são considerados chocantes e surrealistas, com personagens fortes como prostitutas, cafetões, assassinos e um auto-retrato como Shimako, enlouquecida em Foxgloves Central Park.

“Minha arte é a expressão da minha vida, em especial da minha doença mental originária das alucinações que eu posso ver e sentir. Minhas obras são traduzidas pelas alucinações e imagens obsessivas que me atormentam em  forma de esculturas e pinturas. Todos os meus trabalhos em pastel são produtos da neurose obsessiva e, portanto, intrinsecamente ligados à minha doença. Crio peças, mesmo quando não vejo alucinações” . - Yayoi Kusama


Yayoi Kusama viveu nos Estados Unidos no período de 1957 a 1973, fase em que produziu a obra pelo qual é mais conhecida. Atualmente vive há mais de 30 anos no Japão, por iniciativa própria, numa instituição psiquiátrica em Tóquio. Ela mora no hospital desde então, por opção. Seu estúdio, onde ela continuou a produzir trabalhos desde meados da década de 1970, fica a uma curta distância do hospital em Shinjuku, Tóquio. Kusama é frequentemente citada dizendo: “Se não fosse pela arte, eu teria me matado há muito tempo”.

A partir dos anos 2000 passou a realizar as primeiras grandes exposições internacionais, incluindo o Brasil, com a exposição “Obsessão Infinita”  em várias cidades do país.



Fonte: www.modernamuseet.se/stockholm/en/exhibitions/yayoi-kusama/about-the-artworks/ www.theartstack.com/artist/yayoi-kusama-cao-jian-mi-sheng/yayoi-kusama-dots-obses www.arteeartistas.com.br/biografia-de-yayoi-kusama/

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